Na próxima quinta-feira, 30 de maio, às 18 horas, o auditório da Câmara de Vereadores de Alfredo Wagner será palco de um evento memorável: o lançamento do livro “A Sentinela Isolada – o quotidiano da Colônia Militar Santa Teresa (1854-1883)”, de Adelson André Bruggemann. A obra representa um divisor de águas no estudo da história local, rompendo um silêncio centenário sobre um capítulo essencial na formação do território que hoje compõe o município.
O livro nasce de um rigoroso trabalho acadêmico iniciado em 2013, como dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Pinheiro Machado. Antes disso, em 2011, parte do estudo já havia sido apresentada ao país no XXVI Simpósio Nacional de História da ANPUH, em São Paulo, sob o título “Soldados (in)visíveis: componentes do Exército brasileiro na colônia militar de Santa Thereza (1854-1883), província de Santa Catarina”.
Agora, essa pesquisa transformada em livro chega ao público alfredense e catarinense com riqueza documental e narrativa precisa. O autor mergulhou em fontes primárias valiosas — os relatórios dos diretores da Colônia Militar, que mantinham contato direto com o Governo Provincial e o Ministério da Guerra —, oferecendo um retrato minucioso e fiel do cotidiano, das dificuldades, das estratégias e das vivências dos soldados que habitaram e construíram aquele espaço isolado nos altos da Serra Catarinense.
A criação da Colônia Militar de Santa Teresa foi resultado de uma complexa cooperação entre o Governo Imperial, responsável pela segurança, soldos e cuidados médicos dos militares, e o Governo Provincial, encarregado da infraestrutura, como estradas e nomeações. O isolamento estratégico da colônia não foi um acaso: sua localização acabou sendo fundamental para a viabilidade da BR-282 em seu traçado atual, ligando o litoral ao interior do estado.
“A Sentinela Isolada” nos convida a revisitar a gênese da ocupação humana na região de Alfredo Wagner, através de uma obra que combina erudição acadêmica com ibilidade ao público geral. A comunidade local, professores, pesquisadores, estudantes e todos aqueles que nutrem apreço pela história alfredense têm agora um novo livro de referência. É um momento para saudar o autor com um aperto de mão e agradecer por ter lançado luz sobre esse ado até então esquecido.
Muitos alfredenses descendem desses soldados-colonos. Pode ser que a história contada neste livro seja, também, a história da sua família. Venha descobrir suas raízes e prestigiar esse marco para a história do nosso município.
Que o lançamento deste livro seja não apenas uma celebração literária, mas também um gesto de reconhecimento ao trabalho dedicado de Adelson Bruggemann e à importância de conhecer profundamente nossas raízes. Alfredo Wagner, a partir de agora, tem sua história inicial registrada com a dignidade que merece.
