Por Redação – com base em artigo de Dr. Christin Glorioso, MD PhD
Data: 17 de maio de 2025
A FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA) aprovou na última semana o primeiro teste de sangue para diagnóstico do Alzheimer, um marco histórico na medicina. O exame, chamado Lumipulse G pTau217/ß-Amyloid 1-42 Plasma Ratio, foi desenvolvido pela empresa japonesa Fujirebio e detecta sinais precoces da doença em pacientes com sintomas de declínio cognitivo.
🧬 Entenda o avanço
Até poucos anos atrás, a confirmação do Alzheimer só era possível após a morte do paciente, por meio da análise do cérebro em autópsias (conhecida como BRAAK staging). Em 2004, os exames de PET scan com substâncias radioativas permitiram o diagnóstico em vida, mas com alto custo, riscos à saúde e difícil o.
Agora, o teste de sangue aprovado pela FDA representa uma alternativa mais segura, ível e econômica — custando em média 600 dólares. Ele mede a razão entre duas proteínas presentes no plasma sanguíneo (pTau217 e beta-amiloide 1-42), associadas à presença de placas amiloides no cérebro, típicas do Alzheimer.
🔬 Eficácia do teste
Em um estudo clínico com 499 pacientes com sintomas cognitivos, o exame apresentou:
- 91,7% de acurácia para detectar placas amiloides (resultados positivos confirmados com PET scan ou exame de líquor).
- 97,3% de precisão em resultados negativos.
- Menos de 20% de casos com resultado inconclusivo.
Importante destacar que esse teste não indica risco futuro da doença, mas sim a presença atual de alterações cerebrais em pessoas já sintomáticas.
🧪 E os testes para prevenção?
Pesquisas mostram que as proteínas tau e beta-amiloide começam a se acumular décadas antes dos primeiros sintomas do Alzheimer. Por isso, surgiram testes comerciais (ainda não aprovados pela FDA) voltados para pessoas sem sintomas, disponíveis por empresas como LabCorp e Quest.
Esses testes, com custo entre 500 e 1000 dólares, têm entre 88% e 95% de precisão na previsão da presença de proteínas patológicas. Caso o resultado seja positivo, recomenda-se confirmação com um PET scan. Já um resultado negativo pode ser repetido anualmente como forma de monitoramento.
💡 E se o resultado for positivo?
Estudos recentes indicam que mudanças no estilo de vida (melhor sono, alimentação, exercício, etc.) podem reduzir a presença de proteínas anormais no cérebro, ajudando a reverter o envelhecimento cerebral e reduzindo o risco de Alzheimer.
💊 Tratamentos medicamentosos
Existem medicamentos anti-amiloide aprovados (como donanemab e lecanemab), mas são istrados por via intravenosa e apresentam efeitos colaterais sérios, como inchaço e hemorragias cerebrais. Estão sendo testados para uso preventivo, mas ainda sem aprovação para esse fim.
Outros medicamentos em forma de comprimido (anti-tau e anti-amiloide) estão em testes clínicos e podem ser mais seguros no futuro.
🧬 O teste NeuroAge
Além dos exames para Alzheimer, surgiu uma nova categoria de teste chamada NeuroAge, com base em 20 anos de pesquisa no MIT. Ele mede o envelhecimento cerebral analisando 52 marcadores genéticos de RNA no sangue, que refletem alterações cerebrais relacionadas à idade.
O teste não mede diretamente o Alzheimer, mas sim o envelhecimento geral do cérebro — fator de risco para diversas doenças neurodegenerativas. Pessoas com uma idade cerebral cinco anos mais jovem que sua idade cronológica têm seis vezes menos risco de desenvolver Alzheimer.
📌 Conclusão
A aprovação do primeiro teste de sangue para diagnóstico do Alzheimer representa um grande avanço na medicina preventiva e diagnóstica. Ele amplia o o, reduz os riscos e possibilita que mais pessoas saibam com antecedência se precisam de cuidados. Ao mesmo tempo, testes comerciais e novas abordagens como o NeuroAge indicam que estamos entrando na era da medicina personalizada do cérebro — onde o envelhecimento e as doenças neurodegenerativas poderão ser acompanhados e, talvez, prevenidos.


