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Empresária vendia lingerie porta a porta e hoje fatura R$ 7 milhões 543j31

A paulista Ângela de Cássia Freire foi de sacoleira a líder do segmento de lingeries modeladoras com a Yang

Em 1997, pouco se falava sobre empoderamento e independência das mulheres, ao menos na comparação com os dias atuais, que estabeleceram pautas de igualdade e tolerância como fundamentais para o amadurecimento da sociedade – e dos negócios. A empresária paulista Ângela de Cássia Freire, entretanto, já naquela época tinha ambição de fortalecer as mulheres que queriam se emancipar financeiramente.

Mãe de três filhos – o mais novo, de oito meses, de colo –, ela começou a vender de porta a porta um catálogo de roupas íntimas que até hoje permanece inovador, com lingeries modeladoras e voltadas a todos os tipos de corpos. “O meu método modelador começou em 1997, com investimento inicial de R$ 3 mil“, diz Ângela, que trazia os tecidos de São Paulo para vender em Caxias do Sul. 

Depois, ou a estabelecer um canal de vendas com mulheres que tentavam adquirir independência financeira e vendiam os produtos como sacoleiras, batendo na porta dos potenciais clientes. “Quando eu vi, uns seis meses depois, já havia 60 ou 70 revendedores, a grande maioria de mulheres.” 

Sete anos – e muitas vendas – depois, nascia a Yang, marca de moda íntima modeladora que hoje é líder do segmento no mercado brasileiro. Em 2004, a empresa abriu seu primeiro escritório em Caxias do Sul (RS). 

Levamos autoestima e estilo para as mulheres. Tiramos as faixas modeladoras do pós-operatório para levá-las aos guarda-roupas das mulheres que querem se sentir melhor com seus corpos. Nosso propósito sempre foi a transformação“, conta a empresária. “Não só empoderamos como damos liberdade para as mulheres pensando nos biotipos delas.” 

Vanguarda no segmento 

Completando 18 anos como marca, a Yang se estabeleceu como precursora nas lingeries modeladoras como peças íntimas, de uso cotidiano, mas ainda tem parte de suas vendas direcionada ao público que a por alguma intervenção cirúrgica. Há também uma linha voltada para as gestantes e para o pós-parto. 

A gente quis tirar essa característica ‘broxante’ das roupas terapêuticas, de pós-operatório e pós-parto. Dá para ficar bonita e atraente em qualquer momento“, diz a fundadora da marca. 

Os homens têm começado a entrar no radar da empresa, mesmo que a proporção ainda seja tímida: 3% das vendas, sempre voltadas ao pós-cirúrgico. “Apesar de sermos predominantemente femininos, é um público para o qual estamos olhando mais, entendendo mais este mercado“, diz Carlos Samuel, filho de Ângela e hoje diretor da Yang.  

Meta de faturamento de R$ 10 milhões 

Com duas lojas próprias e outras nove licenciadas, a marca hoje está acelerando a sua expansão. A empresa se destaca pelo fato de ter produção e fábrica próprias, o que dá mais liberdade de criação e garante um padrão de qualidade altíssimo – fator que é preponderante para uma rede de franquia.  

A matéria-prima das peças também é um diferencial. O material é nacional, o que protege os investidores de oscilações no câmbio, é considerado referência no mundo das peças modeladoras e obteve certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).  

 Neste ano, a Yang anunciou uma sociedade com a 300 Franchising, principal aceleradora de franquias do país, com portfólio de mais de 90 marcas. “Até o final do ano a ideia é que tenhamos ao menos 20 lojas franqueadas operando“, afirma Samuel.  
 
O que era uma empreitada modesta, com aporte inicial de R$ 3 mil, virou um negócio milionário: em 2020 e 2021, anos em que a economia e o consumo foram abalados por conta da pandemia de Covid-19, a empresa faturou R$ 4,5 milhões e R$ 7,2 milhões, respectivamente. Em 2022, a marca projeta faturar R$ 10 milhões, tendo em vista a expansão com apoio da 300 Franchising.  
 
Para garantir os faturamentos mesmo com a crise sanitária, a empresa investiu pesado em seu setor de e-commerce para impulsionar as vendas online (até 2020, a maior parte das vendas era física) e usou sua fábrica para produzir máscaras contra a covid-19. “Doamos 35 mil unidades e vendemos outra parte. Também estabelecemos um programa de crédito para nossos vendedores licenciados e fizemos um treinamento com eles voltado ao e-commerce“, conclui o diretor. 

Raio-X da Yang 
 
• Investimento inicial: a partir de 160 mil 

• Taxa de Franquia: 35 mil 

• Capital de giro: 20 mil 

• Royalties: 3% 

• Fundo de propaganda: não tem ainda, mas no futuro será 5%, mas reinvestidos no local  

• Área mínima de uma unidade:  45 m2 

• Número mínimo de pessoas na operação: 2 vendedores mais um gerente 

• Faturamento médio:  80 mil  

• Lucro:  22% de margem liquida 

• Prazo de retorno do investimento:  18 meses 


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Ruhama Rocha
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