A culinária é um espelho da história e da identidade de um povo. Em Alfredo Wagner, município catarinense com raízes militares e imigratórias, os sabores narram a trajetória de seus habitantes. Desde os tempos da Colônia Militar de Santa Teresa até os dias atuais, pratos típicos como o entrevero, a cuca e a pizza ilustram as transformações sociais e culturais da região. Este artigo propõe uma viagem gastronômica pela história alfredense, destacando receitas que marcaram cada período e continuam presentes na mesa da comunidade.
Durante a vigência da Colônia Militar de Santa Teresa (1853–1895), predominavam pratos de preparo rústico, adequados ao trabalho árduo dos soldados e colonos. Essas receitas, como o entrevero, o feijão tropeiro e o churrasco, eram ricas em calorias e gorduras, fornecendo a energia necessária para as atividades braçais da época.
Hoje, estes pratos ainda são muito frequentes nas festas de igrejas, nas cavalgadas e almoços de família nos quais se reúnem grande quantidade de pessoas para festejar, sendo a comida um dos principais elementos da festa.
Abaixo você poderá assistir ao vídeo e aprender a fazer dois destes pratos: o Entrevero e o Churrasco.
O Entrevero
O Churrasco
O Cuca e a Trança
Quando em 1895 finalizou o período de funcionamento da Colônia Militar, tendo sido transformada em distrito de São José e incorporada à istração civil, começaram a chegar os filhos e netos de imigrantes em busca de melhores terras.
A Companhia Colonização e Indústrial de Santa Catarina, comandada pelo competente Coronel Carlos Napoleão Poeta, loteou e vendeu individualmente lotes em áreas próximas ao território da antiga Colônia colaborando para a expansão do município.
Com a chegada dos descendentes de imigrantes europeus, especialmente alemães, a cuca foi introduzida na culinária local, adaptando-se aos ingredientes disponíveis na região. Além da cuca, o pão trançado, conhecido como trança, tornou-se símbolo das festas comunitárias, refletindo a herança cultural dos colonizadores.
A cuca e a trança (você poderá ver os vídeos abaixo) hoje não podem faltar em festas de igreja, celebradas com muito amor por todo o município.
A Trança (pão trançado)
A Maionese caseira
A maionese caseira, introduzida posteriormente, tornou-se presença indispensável nos almoços dominicais e celebrações comunitárias em Alfredo Wagner.
Nos lares de Alfredo Wagner ainda fazem a versão tradicional, mas nas festas do interior já utilizam a maionese industrializada. Entretanto, o preparo e o sabor continuam os mesmos.
A Coxinha de Galinha e lanches rápidos
Quando os alfredenses do interior aram a frequentar o centro com mais frequência, seja para utilização de atendimentos médicos, dentários, ou mesmo em busca de serviços bancários, surgiu a necessidade de oferecer um lanche rápido, saboroso e nutritivo. Algo que ficasse pronto para quando o colono chegasse e logo fosse atendido.
Os lanches fritos, incluindo a tradicional coxinha, bananinha, salsicha, bolinho de carne, aram a fazer parte do dia-a-dia dos bares no município. Abaixo oferecemos uma receita feita com massa de batata que fica deliciosa.
A Pizza
A mais recente figura da culinária alfredense: a pizza, ou a ser incorporada no cardápio do município após a popularização do celular e da internet. Já conhecida anteriormente, mas nada popular, era pouco procurada. Hoje, entretanto, é uma das primeiras opções em muitos restaurantes, sendo muito procurada pela versatilidade de composição dos sabores.
Que tal você fazer a sua própria massa de pizza? Siga a receita!
Conclusão 2o6g46
A história de Alfredo Wagner não está registrada apenas em documentos, marcos e fotografias — ela também está guardada em suas receitas, nos temperos que atravessaram gerações e nos modos de preparo que resistem ao tempo. A culinária alfredense é mais do que nutrição: é memória viva do período colonial, das influências dos imigrantes europeus e das transformações recentes trazidas pela modernidade.
Cada prato apresentado neste artigo — do entrevero ao pão trançado, da coxinha à pizza — carrega consigo um capítulo dessa trajetória. Cozinhar essas receitas, partilhá-las em família ou nas festas de comunidade, é também manter viva a identidade do povo alfredense. Que a mesa continue sendo, em cada lar e evento do município, um espaço de encontro entre o ado e o presente.